quinta-feira, 22 de outubro de 2009

cabeças trocadas

com tanta coisa que por aqui poderia escrever, hoje decidi, partilhar convosco um texto que escrevi a meados de março, talvez. na altura, quem o leu dizia, isto está tão triste, e não estava, até agora, que percebi o porquê desses comentários.
eis então:

"Eu? Quem sou?

Bom, não sei, eu conheço uma pessoa que trago comigo mas não sei porque.

Não sei por que e que me calhou este ser.

Ninguém me soube ainda responder a isto, acho que ninguém sabe, provavelmente ninguém esta interessado em saber, pois, provavelmente iria ter medo de conhecer mais profundamente essa pessoa.

Porque e que ninguém sabe tudo o que quer saber?

Será que saber a origem de si mesmo, o porquê de tudo tem algum lado sinistro?

Sim, tem, de certeza, e é por isso que não nos lembramos de éramos ainda embriões, e de quando nascemos, e provavelmente de quando há muitos anos morremos.

Já percebi. Então serei eu, e tu, e todos nós, um boneco?

Não me expressei bem, uma personagem por assim dizer.

Uma personagem que neste momento estou a encarnar o papel de alguém.

Então e por isso que as vezes falhamos, que por vezes erramos, que por vezes choramos, e que nos apaixonamos.

Faz sentido, isso acontece quando não se está a representar como deveria ser.

Quando não temos o papel bem estudado.

Pronto, então posso dizer que ando a falhar no meu papel redondamente, por assim dizer. Alias bem como quase todo o elenco.

Falho, erro, choro, e apaixono-me. Secalhar nem gosto muito desta minha personagem.

Não posso opinar sobre o que quero ou não representar?

Vim parar a esta encenação para representar uma pessoa que nem sequer, provavelmente, se enquadra comigo.

Vejamos, represento alguém que não gosta de estudar, e no entanto, às vezes, até estuda, que não gosta de estar triste, e no entanto, volta e meia e está, que só quer ser feliz, e às vezes nem consegue.

Mas ainda assim, por vezes, consigo pegar nesta personagem e fazer dela alguém feliz, que sorri e fazendo-a sentir-se bem.

Não custa muito, mas a personagem que encarnei, por vezes, dificulta em muito a tarefa.

Será que algum dia vai haver outra personagem, como eu, que faço o mesmo que estou a fazer? O mesmo que estou a pensar? Ou será que já existe?

Talvez seja dai que surgem os amores e os desamores. Duas personagem idênticas, cujos interpretes, se completam.

Resumindo então, conclui-se que sou apenas mais uma personagem neste elenco vasto e complexo.

Mas ainda assim, tenho actos em que consigo ser a personagem principal, e é nesses actos que me sinto mais feliz."

seria engraçado se percebessem o porquê de aos olhos de muitas pessoas isto parecer triste, que para mim secalhar não era, alias, ou era, eu estava a tentar dizer algo a mim próprio, mas nem assim.

texto de março 2009

miguel


1 comentário:

  1. tens q pedir às pessoas a quem mostraste o texto q te definam 'triste' . Eu gostei de ler e de reflectir. Mas no fim ainda me qustionei: "porque q perdemos tempo a pensar nos porques?" e "sera mesmo tempo desperdiçado?"

    beijinhos *

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