domingo, 1 de novembro de 2009

linhas e desalinhas

sem opção minha, nestes últimos anos tenho sido um frequentador completamente assíduo dos transportes públicos, neste caso particular, o comboio. é bonito sim senhor mas até certo ponto, desde que se ande mais de duas vezes por semana, já perde o interesse todo, tendo em conta que no mínimo faço 10 viagens num dia, tenho mais que razões para assim que entro, ou fecho os olhos, ou espreito pela janela, que lá dentro nada se passa.

mais uma dessas vezes, desta vez, na linha de cascais, estava mesmo quase a desligar e a entrar no mundo da "snake" do grande 3310, quando assim pelo recanto do olho vejo uma rapariga a rir-se sozinha. estupidamente e de forma curiosa percebi o porque de ela se estar a rir, e ri-me da situação também. engraçada a situação que vi, uma velhota a dar uma conversa enorme a uma rapariga, e a outra rapariga, a que está em questão a rir-se de tudo, porque, verdade seja dita, a conversa da senhora era um fartote de rir.

eu juro que me tentei controlar e desviar o olhar para o lado de fora do comboio, mas numa dessas vezes a linha de visão, totalmente inocentemente, minha, e da miúda que se estava a rir, cruzaram-se. eu fiz de conta que nada foi e disfarcei, mas ela continuava a olhar. foi giro, correspondi porque daqueles olhos e dela, que verdade seja dita, era uma rapariga linda, nada do outro mundo, mesmo como eu gosto. tinha um olhar tão querido e doce que quando dei por mim já não estava a disfarçar pela situação da velhota que já tinha ido embora, mas sim para não dar uma de interessado.

cheguei a estação de destino, e com medo que ela se levantasse primeiro, levantei-me eu, para não pensar que a estava a seguir.

coincidência ou não, verdade é que em muito tempo, voltei a sentir um olhar bonito e sincero daquilo que me transmitia, um sorriso, neste caso.

eu já disse varias vezes que tenho pena de não andar naquela linha todos os dias, mas agora reforço esta teoria, mas com muita mais certeza.

depois desta situação, lembrei-me logo que seria uma cena gira para contar aqui, e aqui está.

é algo que não passa disto, porque obviamente, nunca mais a irei ver, pena minha. mas logo se vê isso... por agora, fica aqui isto, escrito sobre uma desconhecida, que provavelmente, vai-se lembrar de quando riu sozinha no comboio, perdão, de quando riu, acompanhada, no comboio.

1 comentário:

  1. isto ja me aconteceu algumas vezes... e a verdade é que nos podemos voltar a cruzar com essa pessoa, mesmo sem saber q essa pessoa foi a tal com que nos cruzamos.
    nao sei se ja te tinha dito, mas eu escrevi uma especie de cronica para o site da minha antiga escola, acerca do livro do pacman, o nosso outro amor ;)

    visita http://bibliotecafalves.wordpress.com/ =D

    beijos, Sophia*

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